Seguro automóvel: o que é, para que serve e como escolher

É obrigatório, mas há coberturas opcionais. Descobre o que é o seguro automóvel, para que serve e como escolher as melhores condições para o teu caso.

seguro automóvel

Furar um pneu, encontrar o carro vandalizado ou ter uma avaria no motor. Os imprevistos acontecem e é para precaver estas situações que existe o seguro automóvel. Descobre como escolher a melhor opção para o teu caso.

O que é o seguro automóvel?

O seguro automóvel é um contrato que vincula uma seguradora a cobrir as necessidades do proprietário de um veículo perante os prejuízos que possam ocorrer no dia a dia. Os prejuízos a cobrir encontram-se especificados nas cláusulas do contrato ou apólice de seguro.

Existem dois tipos de seguro automóvel: o obrigatório, designado por Seguro Automóvel de Responsabilidade Civil, e um facultativo, o Seguro Automóvel de Danos Próprios. Caso não tenhas o seguro obrigatório, o teu carro encontra-se em situação ilegal, pode ser apreendido e incorres no pagamento de uma coima.

As principais diferenças entre estes dois tipos de seguros residem, sobretudo, nas coberturas e nos prémios exigidos pelas seguradoras. Mas vejamos de perto as implicações de cada um.

Seguro Automóvel de Responsabilidade Civil (obrigatório)

O Seguro Automóvel de Responsabilidade Civil é obrigatório por Lei, sendo também conhecido como “Seguro Contra Terceiros”. As coberturas deste seguro são as previstas pelo Decreto-Lei n.º 291/2007, de 21 de agosto, e envolvem todos os danos materiais e pessoais causados a terceiros, incluindo os passageiros do veículo, que decorram de um acidente. Neste caso, o valor mínimo é de €6.070 no caso dos danos corporais, e de €1.220, para danos materiais.

O outro condutor é também obrigado a ter uma cobertura semelhante, para te poder compensar financeiramente caso sofras um acidente que não te seja imputado. Assim, com este seguro estarás salvaguardado, quer o sinistro decorra da tua responsabilidade ou da responsabilidade de outrem.

A grande limitação deste tipo de seguro é que os estragos provocados ao teu próprio automóvel não estão cobertos. Isto significa que não terás encargos a compensar os danos ao outro veículo, mas terás de suportar os danos próprios. É por isso que muitos condutores optam por subscrever um seguro com coberturas mais alargadas, como é o caso do Seguro Automóvel de Danos Próprios.

Seguro Automóvel de Danos Próprios (facultativo)

O Seguro Automóvel de Danos Próprios é facultativo e cobre outro tipo de danos. É também conhecido como Seguro Contra Todos os Riscos, apesar de, na verdade, ser uma expressão incorreta. Não existe nenhum seguro automóvel que cubra todos os riscos. É assim conhecido por oferecer mais coberturas do que o seguro automóvel obrigatório.

Assim, este tipo de seguro vai além da responsabilidade civil e prevê, adicionalmente, proteção para ti próprio e para o teu veículo, quando a responsabilidade do sinistro está do teu lado.

Podes ainda acrescentar outras coberturas complementares e constituir um pacote adaptado à tuas necessidades. Estas são algumas das mais comuns:

  • Choque, colisão e capotamento.
  • Incêndio, raio e explosão (mesmo se o teu carro estiver guardado na garagem)
  • Furto, roubo, atos de vandalismo, deterioração, destruição ou desaparecimento completo.
  • Fenómenos da natureza.
  • Quebra isolada de vidros (quando, por exemplo, uma pedra se solta do asfalto e parte o para-brisas).
  • Assistência em viagem, reparação na estrada, reboque e transporte aos ocupantes.
  • Viatura de substituição.

Como escolher um seguro automóvel?

As ofertas de seguro automóvel podem variar muito, quer no que toca às coberturas como ao preço a pagar. Naturalmente, quanto mais coberturas o seguro automóvel tiver, maior será o preço, mas também beneficiarás de um nível de proteção mais robusto.

Assim, não existe um seguro automóvel ideal e universal; o mais indicado para uma pessoa, poderá não ser para outra. Assim, na hora de escolher, considera os fatores que se seguem.

1. Avalia o nível de risco

Em primeiro lugar, avalia a tua rotina diária e tenta identificar os riscos potenciais. Circulas todos os dias ou apenas usas o veículo para passeios de fim de semana? As viagens são longas ou curtas? Os percursos são relativamente estáveis ou algo acidentados? Se o carro não estiver exposto a muitos riscos, talvez não precises de um seguro mais abrangente. Caso contrário, poderá valer a pena subscrever um Seguro Automóvel de Danos Próprios.

2. Verifica o valor do carro

Se és proprietário de um carro com valor avultado, o teu prejuízo será maior caso seja danificado. Aí, pode fazer sentido optar por um seguro automóvel mais abrangente, que inclua também uma compensação pela privação da utilização da viatura. Por outro lado, se tiveres um carro usado com mais idade, poderá ser suficiente contratar apenas o seguro automóvel obrigatório.

3. Pesquisa a oferta de várias seguradoras

Toma algum tempo para pesquisar as condições em vigor de várias seguradoras. Recorre a simuladores online para comparar preços e, independentemente do tipo de seguro automóvel que vais contratar, pede propostas dos dois tipos. Assim, consegues avaliar todas as soluções possíveis antes de tomar a decisão final.

4. Lê o contrato com atenção

Analisa em detalhe os prémios, franquias e exclusões. Estes são os principais elementos que vão determinar se um seguro automóvel é ou não adequado a ti.

O prémio é prestação que vais ter de pagar pelo seguro automóvel, que varia de acordo com a abrangência de coberturas. Proteções maiores terão, naturalmente, prémios mais elevados. Vê também a franquia, que é o valor a pagar apenas para ativar o seguro e fica sempre a cargo do proprietário. Por exemplo, se a franquia for €200, e os danos de um acidente totalizarem €500, a seguradora paga €300 e tu terás de pagar o restante.

Por último, verifica as exclusões. Tão ou mais importante do que analisar as coberturas é analisar o que não será coberto. Confirma todos os danos, situações, eventos ou acontecimentos que não serão abrangidos pelo seguro automóvel.

O que torna um seguro automóvel mais caro?

A prestação que vais ter de pagar pelo seguro automóvel, designada por prémio, é influenciada pela ponderação de vários fatores, o que explica que possam existir prémios diferentes para situações aparentemente iguais.

  • Idade do condutor. Os prémios tendem a ser mais elevados quando o condutor é mais jovem, uma vez que terá menor experiência e um tipo de condução menos segura e defensiva.
  • Histórico de desempenho. Geralmente, as seguradoras atribuem uma bonificação a bons condutores que não tenham estado envolvidos em nenhum acidente nos últimos anos.
  • Concelho de circulação. Alguns meios urbanos são mais propícios a acidentes, pelo que um prémio no Alentejo poderá ser mais económico do que em Lisboa.
  • Características do veículo. Os veículos mais recentes têm, à partida, melhores condições de segurança, pelo que os prémios, neste caso, poderão ser mais baixos. Por outro lado, veículos com maior cilindrada podem significar um valor mais elevado, por poderem originar acidentes mais graves ou caros.

Veredito: que seguro automóvel escolher?

Optar por um Seguro Automóvel de Danos Próprios é sempre uma mais-valia, pois estarás mais protegido em qualquer situação. Contudo, pode não compensar. Por isso, pondera bem para encontrares uma decisão que responda, de forma equilibrada, quer às tuas necessidades, quer ao teu orçamento.

Com estas dicas, estarás preparado para fazer uma escolha acertada – para o teu caso e a um preço justo.

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